terça-feira, 23 de agosto de 2016

O comerciante, o produto e o consumo .'.


O COMERCIANTE, O PRODUTO E O CONSUMO 

Um grande empreendedor do mundo dos eletro-eletrônicos, demorou para desfazer-se do estoque de antigos aparelhos eletrônicos. Cada dia chegava em sua loja, novos modelos. Os antigos aparelhos, cediam o interesse aos novos produtos. 

O empreendedor, em, vista de tal processo, reduziu o preço dos modelos mais antigos a fim de abrir espaço nas prateleiras aos novos produtos. 

O fato é que o consumidor continuou preferindo os modelos novos. Em vista do entolhamento das prateleiras, fez uma liquidação com preços simbólicos. Mesmo assim, produtos antigos entolhavam os depósitos.

Um ato de ousadia foi necessário. O comerciante foi obrigado a desfazer-se dos produtos por preços simbólicos para que evitasse guardá-los o resto da vida. 

O novo empreendedor, querendo ajudar, veio até o severo comerciante e disse: 'Compro tudo pelo quilo do plástico. Me avise quando tiver interesse'. 

Contos de Paz 
Literatura Ficcional




quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Mascates .'.


MASCATES 

Entraram na loja, dois comerciantes. Um judeu e um árabe. O judeu trazia escondido, maços de fumo. O árabe, garrafas de bebida. Ambos diziam, respectivamente, não fumar e não beber. Motivo pelo qual colocavam, para negócio, tais produtos. Que, conforme os mesmos, haviam deixado nas esquinas dos caminhos mascates.

Toda terça vinham negociar tais produtos. Atribuindo aos justos, e aos libertos, o não fumar e o não beber. Nas quintas, frequentando lojas diferentes, surgem para comprar outras coisas com o lucro de tais negócios.

O fato interessante é que ninguém viu, dentre os comerciantes, o judeu fumando ou o árabe bebendo. Ambos negam. Afirmam não consumirem tais coisas. Porém, um anjo da terra, conhecedor dos caminhos, contou-nos uma história diferente. De fato, uma outra versão da história.

JD

Contos de Paz 
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*Entende-se aqui 'terra' como elemento.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Disse o Mestre .'.


DISSE O MESTRE .'. 

Os deuses andavam arcados. Como se estivessem carregando o mundo nos ombros. Os semi-deuses choravam em seu lado humano.

Das oferendas, Zeus fartou-se em uma feijoada. Tanto ferro que lhe pesou o mundo.

Os imperadores, antes instrumentos, equivocaram-se ao confundir os papéis (usuários ou ferramentas).

O império desmoronou-se. Júpiter, emergiu montado.

O politeísmo, no monoteísmo, sincretizado.

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Tempo bastante no deserto. Nem Hórus; Nem Set; Entenderam.

Até apresentarem-se os Mandamentos. 

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Enquanto os lobos relincham;

Os potros, agora, vestem pelegos; 

A águia renasceu nas pombas.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Estratégia Cigana .'.


ESTRATÉGIA CIGANA

Zuca era um adicto em recuperação. Há mais de seis anos, longe das substâncias mais destruidoras que existem no mundo. Eventualmente, recorre ao tabaco para aliviar a tensão dos objetivos profissionais.

Em um dia destes, resolveu antecipar a abstinência do fumo. Entrou desespero por ter pressa. Consciente de que o tabaco lhe custa caro. Ao bolso e à saúde. Começou a reduzir, aos poucos.

O fato é que o tabaco lhe mantém longe das outras coisas. Temporariamente, está lhe ajudando. De modo distinto do álcool e da noite nos bares.

Zuca tem o costume de beber um cerveja, no máximo, por semana. Evita bares, e festas, pois, conforme o próprio, os bares o induzem a beber a segunda cerveja. Justamente a qual associou às outras substâncias.

Ao preferir passeios ao dia, e filmes, em casa, à noite, se mantém longe das químicas.

Ao falar com uma cigana, velha amiga, recebeu a resposta: "Tenha calma nestas horas. Reduza o tabaco aos poucos. A abstinência imediata lhe causa descontrole e desejo de outras substâncias. Faça o que te digo. Anote na agenda o número de cigarros por dia. Reduza um por dia. Até, cortar, um dia, por semana. Assim sucessivamente"

Zuca entendeu os prós e contras do tabaco. Os prós, em relação a mante-lo longe das químicas. Os contras na questão do bolso e das atividades cotidianas saudáveis. Iniciando o processo estatístico. Um dia de cada vez. Com calma em vez de pressa.

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Baseado em História Real 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Do retorno de Osés .'.


Do retorno de 'Osés' 

Há mais de quinze anos, 'Osés' vivia o ápice da rebeldia. O consumo de drogas havia tomado seu tempo. Específicos familiares estavam revoltados com suas crises de abstinência. 

'Osés' costumava quebrar as coisas, quando era forçado a evitar álcool, quando era proibido de dirigir por beber socialmente ou quando era punido, financeiramente, por fumar. 

O fato é que, o álcool, em 'Osés, tem efeito diferente das pessoas normais. 'Osés', em um só gole, costuma incorporar deuses de outros tempos. Isto gerava revolta de quem desconhecia o efeito da oração continuada.

Muitos diziam: '"Osés' nem paga a própria cerveja e incorpora estas coisas. Por que logo 'Osés'?" 

'Osés', desde menino, tem um modo pessoal de orar. Inclui, nas orações, dentre os deuses, santos ou orixás, aqueles que ainda não tem nome ou ainda não foram revelados. Começando, e terminando, sempre no poder supremo (Pai Nosso, Deus Eu Sou, Deus Conosco, Etc.) como entendido pelo próprio.

Devido ao modo de pensar diferente de alguns familiares, e semelhante às tribos pelas quais passou, havia discordância dentre os valores. 

Certo dia, há cerca de dez anos, lhe disseram: "Você gosta de esporte. Entretanto, lembre: Quem gosta de beber, além das horas de folga, senta-se nos bares, em vez de exercitar-se. Até que um hábito toma mais o tempo que o outro. Quem fuma erva, confunde os pensamentos, em vez de estudar. Procura a erva em vez dos livros. Quem insiste em drogar-se, ou vira um nada, ou perde o que possui".

'Osés' discordou de tais avisos. Pagando caro por guardar segredos. Tais dizeres foram espalhados ao vento. Enquanto 'Osés' continuou a orar.

Ao orar ao Pai Maior, estando só, fez, lhe ouvir, 'Xangô' e 'Iansã'; Ogum e Yemanjá; Oxalá e Obá. 

Um deles respondeu, ao seu pensamento: "A gente pode ajudar"

'Osés', preservando o coração de menino, já adulto, falou aos Orixás, sozinho, em oração ao Pai Universo: "Sei que muitos discordam. Mas irei malhar; Irei correr; Irei ler; Irei escrever. Pois, independente das outras coisas, considero isto ser o certo. É o que amo e desejo aos nossos"

Dez anos se passaram, desde que 'Osés' foi cobrado. Uma de suas rivais, na essência, aliada, porém, desvirtuada pelos demônios, notou estar sabotando o próprio céu e a própria terra de origem. Veio até 'Osés e falou-lhe: "Vejo que está mudado. Agora quero ter ajudar como se fosse 'tua'"

O 'tim-tim', dos cálices, aos brindes, ouviu-se, naquele dia. 'Osés' disse: "Obrigado 'irmã'. Enquanto, o 'Pai Nosso' é 'Conosco'; 'Nossa' é quem continua, ao nosso lado, nas coisas boas. Aos estudos, às leituras, aos trabalhos, aos escritos, aos treinos, às produções, às orações, etc"

Após estas palavras, 'Osés' sumiu entre a selva, estendeu a rede em meio às arvores, e contou esta história aos pássaros. 

As bandas telefônicas, midiáticas e telepáticas, também foram avisadas de que 'Osés' vem preservando estas coisas. Enquanto, aos outros, salvo os quais tocam em prol de 'Osés', foram seduzidos a 'entrar' no jogo do 'comprar' e 'vender', sem saber o que estavam fazendo. 

JD

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